Ficar sem você é da natureza do impossível, por mais que se apresente como do inevitável,
É querer ver o interior do sol com nossos olhos, beber a água do mar,
É como uma doença terrível que chega sem nos avisar
Nos arrastando para onde não queremos ir ― ainda.
Pois eu sem você perderia os dentes, os sentidos,
Andaria pelo mundo vagando sozinha, perdendo pelas ruas os farelos do meu sorriso.
Os olhos castanhos se escureceriam, diminuiriam, prefeririam se fechar,
porque na falta de algo belo pra olhar, seria preferível também nada ver...
Pois você,
luz inebriante dos meus olhos
Traços da minha forma
Verdadeiro pedaço de mim
Amor que de tamanha gratuidade nunca se perde a vontade
Não deixa o meu coração descansar.
Eu sem você estaria também sem mim,
e não seria justo me pedires pra te esquecer devagarzinho,
será que se esqueces de que aprendi a gostar de você pela beleza do teu voar,
meu amável passarinho?
Será que não te lembras da velocidade com que aprendemos a nos gostar?
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